Ser selecionado como um dos vencedores nacionais do concurso Club&Casa Autoral 6 foi uma experiência que marcou profundamente minha trajetória como criador. Representar a Filo a Filo Ateliê e a Immaginário Arquitetura, com uma peça que carrega tanto de mim — a mesa de cabeceira Flutua — foi como ver o afeto ganhar forma e flutuar, literalmente, em meio a tantos talentos do Brasil inteiro.
O concurso, promovido pelo Club&Casa Design, não é apenas uma vitrine para o design autoral nacional — é uma verdadeira plataforma de valorização de ideias, de encontros e de inovação. Nesta edição, o desafio era criar móveis de apoio, como mesas laterais, aparadores e bancos, que expressassem o potencial criativo e a diversidade do nosso país. A Flutua nasceu nesse contexto, com um olhar delicado sobre a função e a forma, aliando leveza, funcionalidade e poesia.
Mais do que o prêmio, o processo todo foi um presente. Participar da imersão na fábrica da DOPO Studio, em Pato Branco (PR), foi mergulhar na transformação do desenho em realidade. Acompanhei de perto a fabricação da minha peça — cada corte, encaixe e acabamento — e entendi, com ainda mais profundidade, a importância da relação entre projeto, material e execução.
A curadoria sensível de Roberto Cocenza e o diálogo com outros criadores ampliaram minha percepção sobre o design que fazemos por aqui. Um design que fala com a terra, com os materiais da nossa gente, com os gestos que herdamos das mãos que vieram antes de nós.
E como se tudo isso já não fosse suficiente, veio a notícia que coroou essa jornada: a mesa Flutua foi exposta na BOOMSPDESIGN durante a DW! 2025 em São Paulo, um dos maiores eventos de design da América Latina. É uma alegria imensa ver uma peça nascida do afeto e do gesto artesanal alcançar esse espaço de visibilidade e reconhecimento.
Voltei dessa experiência com o coração cheio e com a certeza de que o design afetivo e autoral tem espaço, voz e valor. A mesa Flutua carrega essa mensagem: que é possível criar com propósito, com leveza e com identidade. E que cada peça feita com alma pode, sim, ocupar seu lugar no mundo — inclusive nas maiores mostras de design do país.
com afeto, Rafa.